A outra parte OU o dia que foi inteira

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As mãos analisavam cada centímetro do rosto dele.
Sentiu o áspero dos cachos, o suave de sua pele, a curvatura do seu nariz, o côncavo dos olhos que se fecharam com o toque dela;
A mão esquerda foi de encontro com a dele intuitivamente.
Dedos que acariciavam outros dedos, por toda sua extensão.
Eram duas almas que já se conheciam.
Mas não sabiam até então.
Nuas.
Nudez de alma - a mais pura.
Se pertenciam novamente após tantas décadas.
Toques suaves. Toques as gratos.
Gratos por sentir aquilo.
A energia da forma mais densa já experimentada.
A forma mais bela que pode possuir.


Os corpos físicos se conheciam.
A alma se reconhecia - sua outra parte!
As barreiras, arruinadas.
Não precisavam mais delas.
Não ali.
Eram inteiros.
Finalmente.