Archive for maio 2016

Tipo um diário

Está sendo realmente difícil pôr as ideias em ordem. Pôr elas no papel.
Eu tenho evitado tanto pensar, tanto... Mas nesse ato de evitar a mim mesma, o que mais anda acontecendo é a perda de ideias maravilhosas, textos maravilhosos que eu poderia ter escrito.
Anos de perdas deles.
Me sinto mal, mas é como se não conseguisse lutar contra mim. É como se parte de mim fosse minha inimiga, e a outra parte não tivesse força suficiente para acabar com essa parte inimiga.

A luta não acabou.
Ela é diária, é intensa, é constante.
É solitária.
Eu sou solitária.
Antes, achava que por querer.
Agora, acho que por não ter.
Não ter ninguém disposto a ouvir, a acolher, a se importar.
E caso se importasse também, nem sei.
Não sei lidar quando as pessoas gostam mesmo de mim.

Passado de fúria.
Nossa, que desordem esse texto!
É tanta coisa reprimida por tanto tempo... E eu ainda nem estou disposta a soltar, sinto isso.
Sinto também, muitíssimo. Por mim.
Queria me ajudar.

Acho que está bom.
Tenho medo de cavucar mais fundo de mim e me desmanchar.
Assim, deixo esse blog com esse breve resumo da parte mais superficial de mim.
Por enquanto, temo ir mais fundo.
Quem sabe um dia o meu Eu Obscuro não dê as caras novamente.
Queria muito, porém estou cansada e extasiada de promessas que não tenho como cumprir,
Que não tenho a capacidade.


Depois de Auschwitz

"No curso de minha vida, vi incríveis avanços tecnológicos. Quando eu nasci, não era comum se ter um carro com motor, mas quando eu tinha quarenta anos, o homem já havia pisado na lua. Tínhamos curado doenças, criamos armas nucleares, mapeamos nosso DNA, aprendemos a navegar na internet e desenvolvemos alimentos e remédios geneticamente modificados. Pelo menos no ocidente, a maioria de nós se tornou mais rica do que uma geração como a dos meus avós poderia ter imaginado. Ainda assim, em termos de humanidade, parece que milhares de anos de experiência nos levaram a fazer poucos progressos.
Anne Frank escreveu no final de seu diário, pouco antes de ser capturada, que ainda acreditava que as pessoas tinham bons corações, mas eu me pergunto o que ela pensaria se tivesse sobrevivido as campos de concentração de Auschwitz e Bergen-Belsen. Minhas experiências revelaram que as pessoas têm uma capacidade única para crueldade, brutalidade e completa indiferença aos sentimentos humanos. É fácil afirmar que o bem e o mal existem dentro de cada um de nós, mas eu vi a realidade de perto, e isso me levou a uma vida de questionamentos sobre a alma humana."
Depois de Auschwitz - Eva Schloss